Quando ainda era estudante de arquitetura, a francesa Clarisse Merlet descobriu que a indústria da construção civil era uma das maiores poluidoras e consumidoras de energia do mundo. Foi quando ela decidiu que gostaria de fazer diferente. Seus primeiros protótipos envolviam a reciclagem de garrafas e copos de plástico, mas logo outra questão ambiental chamou sua atenção: o desperdício de têxteis.
“Percebi que a indústria têxtil era mal pensada no quesito reciclagem, sendo que o algodão possui propriedades relevantes para a área da construção, como um poderoso isolante acústico e térmico”, ela conta.
Em 2017, Clarisse apresentou seu primeiro revestimento produzido a partir de resíduos têxteis e venceu a premiação FAIRE Paris. Com o apoio do Pavillon de l'Arsenal, como é conhecido o Centro de Arquitetura e Urbanismo da capital francesa, nasceu a marca FabBRICK.
Hoje, a empresa conta com 12 funcionários e se propõe a transformar resíduos têxteis em revestimentos, objetos decorativos e até móveis, como escrivaninhas e estantes.
Sua tecnologia, patenteada em 2019, permite aproveitar praticamente qualquer tipo de tecido: primeiro, ele é triturado na granulometria desejada e, em seguida, resinado com um aglutinante 100% ecológico, à base de plantas.
Os revestimentos são o carro-chefe da marca, comercializados em cinco cores diferentes, com dimensões de 20 x 10 x 2,5 cm. Algumas peças de mobiliário também estão disponíveis para compra na loja online.