Domingo, 10 de Dezembro de 2023
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SAPIÊNCIA

Veneza, uma cidade que pode desaparecer



Para proteger seu frágil ecossistema e sua arquitetura, Veneza tem adotado medidas ousadas

Veneza, uma cidade que pode desaparecer

Para proteger seu frágil ecossistema e sua arquitetura, Veneza tem adotado medidas ousadas. Nos últimos anos, a cidade proibiu a entrada de navios de cruzeiro e construiu muros para impedir a entrada das marés altas. Mesmo assim, a cidade continua ameaçada.

Por isso, a Unesco (agência cultural da ONU) propôs em um documento a inclusão de Veneza e sua lagoa na lista de patrimônio mundial em perigo. O documento afirma que a cidade não fez avanços suficientes na prevenção de danos causados pelo turismo e pelas mudanças climáticas.

Alguns venezianos discordaram. Renato Brunetta, que dirige uma fundação para tornar Veneza sustentável, disse que a cidade estava mais bem equipada do que a maioria para enfrentar os desafios atuais, graças a iniciativas que incluem muros e a proibição de navios de cruzeiro. “Veneza é uma cidade mais frágil do que as outras”, disse. Segundo Brunetta, redirecionar grandes navios para outros portos prejudica a subsistência da cidade.

Dilema

Ativistas do clima disseram que Veneza não deveria perder essa chance de proteger a cidade. A lista da Unesco, que inclui 55 locais ameaçados de extinção, tem como objetivo estimular a conservação. A inclusão de um local obriga as ONU a desenvolver medidas corretivas juntamente com autoridades nacionais e monitorar sua implementação.

A recomendação da Unesco não é definitiva. Ela será votada no próximo mês por um comitê de 21 países, incluindo a Itália. Veneza já esteve perto da entrar na lista antes. Em 2019, a Unesco alertou sobre os danos causados pelo fluxo de navios e, em 2021, os cruzeiros foram proibidos justamente para evitar o risco de a cidade ser considerada em perigo de extinção.

Um novo sistema de muros marítimos entrou em operação em 2020 e já protegeu Veneza de dezenas de marés altas que inundam a cidade e corroem edifícios. Ainda assim, a Unesco disse que o sistema precisava de modernização e manutenção. A agência reconheceu os projetos de proteção, mas disse que o trabalho deve continuar.

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